Análise da agência governamental descarta limitações para concorrência no leilão do porto

De acordo com um novo estudo da área técnica da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), não foram identificados elementos que justificassem a exclusão de armadores do leilão para concessão do Tecon 10, o mega terminal do porto de Santos. No entanto, a agência vê com bons olhos a entrada de uma nova empresa no certame, desde que ainda não opere em Santos.

A disputa sobre as regras do leilão tem gerado polêmica, com questionamentos sobre se a participação será aberta a todos os interessados ou se haverá restrições. O terminal, a ser instalado na região de Saboó em Santos, ocupará uma área de 423 mil metros quadrados com 1.300 metros de cais e tem previsão de início das operações para 2027, movimentando cerca de 3,5 milhões de TEUs a partir de 2034.

A liberdade de participação tem sido tema de discussão, com processos no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e pressões políticas no Ministério dos Portos e Aeroportos. A Antaq, em seu estudo técnico, não havia imposto restrições, mas decidiu revisar a questão após sugestões feitas em audiências públicas.

Apesar das queixas de operadores de porto sobre uma possível concentração prejudicial à concorrência com armadores já estabelecidos como Maersk e MSC, a Antaq aponta que há instrumentos regulatórios e concorrenciais disponíveis para reduzir essa concentração de forma eficaz.

A recomendação da Antaq ao TCU para definição do modelo de leilão deverá considerar os aspectos econômicos, jurídicos e institucionais envolvidos. Caso a diretoria da agência siga um caminho diferente do estudo técnico, pode ocorrer uma judicialização do processo por parte dos armadores. Atualmente, a situação no porto de Santos é desafiadora, com navios esperando horas para atracação devido à forte demanda e limitações de infraestrutura.

Há preocupações com a possibilidade de concentração de cargas por apenas uma empresa, dificultando a concorrência. Os terminais verticalizados, que atuam em todas as etapas do transporte, também geram debates sobre a competição no setor. A Antaq destaca a importância de observar normas de isonomia e transparência regulatória na concessão do Tecon 10, considerando cenários que possam promover prejuízos concorrenciais no porto.

A entrada de uma nova empresa não verticalizada no leilão é vista com bons olhos pela Antaq, contrastando com a preocupação em relação à concentração de mercado por empresas já estabelecidas. A possibilidade de uma empresa como a JBS Terminais ganhar o leilão, seja sozinha ou em associação com uma armadora como a Cosco, é considerada interessante no cenário competitivo do porto de Santos.

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